quarta-feira, 9 de junho de 2010

Mostra de filmes conscientes no Vrinda - SEXTA OK


O tema desse mês é CONSUMISMO. Ixi, a coisa vai ficar feia e vai dar o que falar....

* Sempre após a exibição do filme há uma conversa, oficina de arte e muitas idéias boas!

Confira abaixo do cartaz a programação completa com sinopse.

11 de junho - A história das coisas
18 de junho - Surplus
25 de junho - Crianças, a alma do negócio

 **Sempre às 19h no Vrinda **

Para ampliar clique no cartaz.




A História das Coisas


Sexta OK, dia 11 de junho às 19h




Produção norte-americana,   criada   por   Annie Leonard,   que   aborda   e   questiona   o intenso   consumo   de   produtos industrializados,  o papel  dos meios de comunicação   e   da   publicidade   no estímulo   ao   consumo,   a   geração   de imensas   quantidades   de   lixo,   a formação   de   grandes   corporações capitalistas, a submissão dos governos a estas   corporações,   a   exploração   dos trabalhadores  e dos  bens  naturais  dos países pobres e a divisão  internacional do trabalho.
A   contaminação   dos   produtos industriais que usamos e a poluição do meio ambiente por substâncias tóxicas, como a perigosa dioxina, são explicadas e criticadas  no  filme.  Embora os   seus criadores  discutam a  sociedade norte-americana   e   seu   consumo,   algumas situações   e  exemplos   presentados   se aplicam   a   muitos   outros   lugares, inclusive o Brasil.
O   filme   apresenta   os   conceitos de   obsolescência   planejada,   ou   seja, produtos   feitos   para   durar   pouco   e aumentar   o   consumo,   e   de obsolescência   perceptiva   que   é construção da  idéia de que as pessoas devem   acompanhar   as   novidades   do mercado,   comprar   e   usar   os   novos produtos   para   serem   valorizadas   na sociedade.
Apesar   da   abordagem catastrofista – de denúncia e alerta - o filme   é   criativo,   muito   didático   e esclarecedor.   Ajuda   a   compreender   o mundo contemporâneo e os complexos problemas   socioambientais   atuais.   Por fim, apresenta alternativas e soluções, sempre   com  um  olhar   de   conjunto   e uma   abordagem   socioambiental. Merece  ser  visto por   todas  as  pessoas que   têm   uma   postura   de responsabilidade   ambiental   e   querem aprofundar   seu   entendimento.   A critério   de   cada   professor,   que   tem autoridade   pedagógica,   pode   ser utilizado na escola e em outros espaços educativos.

Adaptado daqui.

Surplus
 
Sexta OK, dia 18 de junho às 19h

           Longe de ser apenas uma crítica ao consumismo ou a sistemas políticos, Surplus, documentário sueco, dirigido pelo italiano Erik Gandini em 2003,  é um olhar sobre o jeito de ser e de viver da humanidade. Este trabalho coloca em discussão não apenas a vida em sociedade e a ordem estabelecida, como também a própria essência humana. 
          As necessidades dos homens, as maneiras de reagir a elas e as formas de controle social acabam por comprometer todo o ecossistema terrestre, sem exceção às relações humanas. Nenhuma discussão está mais na ordem do dia do que o equilíbrio socioambiental e ainda antes de  Davis Guggenheim e seu Uma Verdade Inconveniente (2006), Gandini levava o tema às últimas conseqüências. Surplus mostra que tanto no capitalismo, como no socialismo, os homens tomam parte de sistemas cuja existência os antecede, mas que estabelecem modos de viver e de pensar, mantendo-os atados, como peças de um jogo maior, cuja função é a manutenção da ordem estatal. 
          Assim, saem de foco os sistemas político-econômicos em si. Os holofotes são direcionados para aquilo que os sustenta. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, Steve Ballmer e Bill Gates, executivos da Microsoft, aparecem defendendo a ideologia neoliberal, o capitalismo, o consumismo. Por outro lado, Gandini enfoca o modo de vida socialista, instalado em Cuba por Fidel Castro que surge defendendo sua ideologia não consumista. São dois sistemas opostos, porém ambos se utilizam dos meios de comunicação para divulgar mensagens que patronizam pensamentos, subjulgando corações e mentes, transformando indivíduos em parceiros que garantem a manutenção dos sistemas. 
         Fazendo analogia à influência da indústria cultural e à forma como é utilizada a linguagem midiática, Gandini adota o ritmo dos vídeo clips. Mescla cenas de palestras, discursos, entrevistas e reportagens jornalísticas em uma edição onde imagens se alternam em sintonia com a trilha sonora de sons eletrônicos. Imagem e ritmo se complementam em uma mistura que soa moderna e revela a intenção do diretor. Ele usa o próprio meio (áudio e vídeo) para chamar a atenção para o poder da mídia, disponível aos governos ou às corporações que ditam ideologias e comportamentos. 
          Por outro lado, se o discurso utilizado pelos capitalistas também sai da boca dos socialistas, tudo acaba no mesmo. E este “tudo” se refere à relação entre dominadores e dominados. A visão pessimista de Gandini se resume em: o homem é um ser de necessidades, na busca por satisfazê-las criou formas de organização social e, no interior delas, desenvolveu formas de dominação que mantém tudo e todos atrelados à ordem estabelecida, seja consciente ou inconscientemente. O sistema que exaure os recursos naturais, que beneficia os países desenvolvidos e cede aos países do terceiro mundo seus restos é criação dos homens e se mantém por cooperação deles. É um soco na boca do estômago de quem acha que não tem nada a ver com isso!
        John Zerzan (o anarquista norte-americano que ganhou destaque a partir da década de 1980), e sua proposta fundamentada no retorno ao primitivismos caem no vazio diante da livre servidão humana a suas próprias necessidades. Gandini reafirma Freud que entende o homem como um ser “fadado à insatisfação”, pois está sempre buscando, sempre à procura sem nunca se complementar. 
         Ao retornar ao primitiviso o homem retomaria o anseio pelo desenvolvimento, e possivelmente, à sistemas de controle social, aos conflito de classes, ao consumo irracional de recursos naturais, à injustiça social, às relações entre dominadores e dominados.  O que Gandini não oferece é a pista para uma saída segura. Assim, escapa à pretensão das soluções fáceis e coloca a solução do impasse sob a responsabilidade de cada um.


 Adaptado daqui.

Crianças, a alma do negócio
Sexta OK, dia 25 de junho às 19h

Essa é uma das questões levantadas pelo documentário de Estela Renner e Marcos Nisti. Pode parecer brincadeira, mas as crianças hoje em dia conhecem mais as marcas de salgadinhos do que os nomes das frutas.
 Dirigido pela cineasta Estela Renner e produzido por Marcos Nisti, o documentário promove uma reflexão sobre como a sociedade de consumo e as mídias de massa impactam na formação de crianças e adolescentes. Criança, A Alma do Negócio, mostra a realidade em que vivemos: crianças que preferem ir ao shopping a brincar, conhecem marcas pelo logotipo, e apesar de terem uma vasta coleção de brinquedos e jogos se encantam mesmo é por um pequeno bonequinho de plástico.

    O Instituto Alana foi o ponto de partida do documentário. Depois de registrar vídeo-aulas com os conselheiros da organização, Estela percebeu como a infância de nossas crianças está sendo sabotada pelo excesso de publicidade dirigido à elas, e que a maioria dos pais ou não percebe, ou não sabe como agir perante tal quadro.
    
    “Acho uma grande covardia a publicidade ser dirigida à criança. Quer vender o seu produto? Fale com alguém do seu tamanho, não use meu filho como promotor de vendas dentro da minha casa…Nunca vou esquecer quando meu filho de 3 anos pediu para eu ir ao posto Shell”, diz uma das mães entrevistadas. O filme mostra que a ética se perdeu pela busca do lucro - e nossas crianças arcam com o prejuízo de uma infância encurtada.


Adaptado daqui. 


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